03/09/2011

Cárcere

Ela gemia.
A voz gélida.
A dor é insuportável.
Pedia a morte.
Os guardas não cessavam.
Vinha um, depois outro...
Todos a possuíam.
Depois cuspiam.
Chamavam de comunista imunda.
A dor da carne não era a maior.
Pois, já sentia-se dormente.
A dor da alma era a dor mais sentida.
A dor da perda, da falta da liberdade.
A dor de não puder fazer um país mais justo.
A dor de saber que os companheiros irão morrer ou ser torturados.
A dor de saber de achar que não poderia dar nada certo da luta travada.
A dor do cárcere dentro de si mesma.
Ela sofreu torturas monstruosas.
E a pior tortura era de não ter morrido e a vida dela seria dali por diante um verdadeiro cárcere dentro de si!

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