18/06/2009




O abuso sexual acontece quando uma criança ou adolescente é coagido verbal, fisicamente ou é seduzido por um adulto para ser objeto sexual de um adulto levando a ter carícias sexuais ou estupro. As crianças e adolescentes que sofrem abuso sexual não têm a capacidade emocional ou cognitiva de entender ou julgar o que está acontecendo sendo assim uma agressão gravíssima no estado psicológico desse segmento na sociedade.

O crime do abuso sexual é invisível e negado na sociedade, porém acontece em massa. Isso se dá porque nós não admitimos a sexualidade da criança ou adolescente achamos que é um ser assexuado e assim não tomamos cuidados necessários para evitar esse tipo de ação cruel com essas vítimas. Geralmente o silêncio prevalece e o clima entre agressor e vítima é de mal estar psicológico e sentimentos de raiva, culpa, rejeição, acusação, negação, privação de afeto, além de diversos problemas neuróticos e psicóticos.

Quando um adolescente tem o seu corpo em transformação e encontra-se na puberdade estando com a sexualidade à flor da pele, é atraente, gera sentimentos de raiva e inveja por parte do adulto, porém é negada nas suas ações e pensamentos. Quando esse é abusado sexualmente por um adulto a vítima é acusada de sedução existindo uma inversão de sujeitos. A vitima passa a ser “réu” e o acusado a ser “vítima”. Isso acontece muito nos casos de abuso sexual porque as crianças e adolescentes são frequentemente obrigadas a atender as vontades dos adultos. Um exemplo disso é quando pedimos para a criança dar um abraço e ela vem por obrigação e não voluntariamente submetendo ao controle do adulto para que seja uma “criança educada”. Imagine a submissão que a criança ou adolescente tem para com um agressor que abusa sexualmente da vítima, mostra o quanto eles tem obedecem às vontades e desejos dos adultos.

Na literatura científica o abuso sexual é um dos menos relatados e diagnosticados, acontece porque os profissionais de saúde passam a negar esse tema e se inserem nos mitos e tabus culturais que provocam sentimentos de raiva, rejeição e constrangimento. O primeiro relato sobre abuso sexual foi nos anos 60, embora já houvesse sido abordado por Freud num artigo em 1919. No Brasil os estudos confirmam que a cada oito minutos, um menor de idade é vítima de abuso sexual no Brasil, segundo a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH). Em 80% dos 60 mil casos registrados em 2005, as vítimas foram meninas com idades entre dois e 10 anos num relatório oficial.

A SEDH adverte que apenas 2% dos casos de abuso são denunciados, e acrescenta que, na maioria das ocasiões, a impunidade se dá porque os culpados são pais ou padrastos ou pessoas próximas à família.

A violência contra crianças e adolescentes, principalmente a sexual, pode aumentar o risco de que elas desenvolvam problemas psiquiátricos na vida adulta, segundo a psicóloga do Programa de Atendimento e Pesquisa em Violência (Prove), Daniela Galvão.

As conseqüências nos adultos são transtornos de estresse pós-traumático e pode se manifestar de diversas formas: revivendo imagens do acontecido, tendo pesadelos sobre a situação de violência, evitam lugares que fazem lembrar o fato ou vivem em alerta constante com medo de que algo possa acontecer.

Nas crianças os sintomas são parecidos, porém eles têm dificuldades na escola, apatia, sem vontade de falar e voltam a hábitos como xixi na cama. Os adolescentes podem ser manifestados com comportamentos agressivos, abuso de drogas ou álcool.

Para o tratamento da criança deve ter uma associação de várias atividades multidisciplinares com vários profissionais como: psicólogo, pedagogo, médicos, terapeutas para propiciar condições para falar sobre o abuso sexual vivido levando a uma resolução da problemática para não desenvolver problemas futuros na sua vida. Porém, o profissional não tem certeza se irá ter um desencadeamento de transtornos futuros nessa pessoa. A denuncia logo após do acontecimento contribui muito para a eficácia do tratamento.

Para a prevenção desse tipo de crime é importante que os pais ensinem as crianças que ela tem direito ao seu corpo que tem uma sexualidade e não criar tabus grandes em relação a isso, pois fica difícil se a criança sofrer abuso expor essa situação a eles. E mostrar que ninguém pode tocá-la se ela não quiser e também ensinar a igualdade de direito ambos os sexos.

Nosso compromisso perante as crianças e adolescentes é educá-los para enfrentar o mundo e ver ele como sujeitos de sua história e não como mero ser que devem obediência aos adultos. Eles devem ter opiniões e devemos orientá-los na sua vida e não mandar e reprimir. Esse é o nosso desafio para construir uma educação mais preventiva e está sempre alerta nas atitudes psicossociais das crianças, pois o agressor pode está ao lado ou na sua própria casa e prioritariamente temos que criar o hábito de denunciar esse crime invisível na sociedade. Você consegue ver o abuso sexual na sociedade?
Abram os olhos!



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