24/05/2012

O cheiro do rapaz da esquina Juvenal

Um dia comum.
Com aqueles papéis todos empilhados e sem sentido.
O tempo sendo desperdiçado pela não criatividade das coisas.
Atravesso a rua. Muvuca do fim de tarde. Buzinas, pessoas e rostos cansados.
Conversas de jovens adolescentes, universitários, risos, reclamações...
A espera do café de cada dia com aquele pão com queijo a saliva sai.
São tantas sensações que por um momento não percebi aquele cheiro, rosto.

É o cheiro. De longe sinto.

Quase sempre o encontro é naquela esquina e no mesmo carro de pão e tapioca.
Lenta a correria se torna.
Corre é o meu coração quando escuta aquela voz e sente aquele cheiro.
Paralítica observo os movimentos e as conversas.
O rosto, as formas, o olhar... E o cheiro.

Como é platônico o imaginar desse cheiro.

O nosso encontro é assim: "Sem cheiro, sem contato."
Ele é paralítico e sem sentido.
Intenso e poético.
O meu coração sempre corre com o cheiro platônico do rapaz da esquina Juvenal.

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